NEGÓCIOS
09/04/2014
Curso treina operadores de máquinas pesadas
Maioria dos trabalhadores aprende sozinho
Thaíne Belissa
Dentro da cabine de uma retroescavadeira, o operador novato vai aprendendo a lidar com o equipamento sob a orientação de um veterano. É assim, na prática do dia a dia, que a grande maioria dos trabalhadores que opera máquinas pesadas aprende a lidar com o equipamento. Foi olhando para essa realidade que o engenheiro Marcus Correia Lacerda percebeu uma lacuna no mercado e criou a Operaction, empresa que oferece cursos de formação para operadores de máquinas da construção civil.
Número de máquinas pesadas no país é
cada vez maior, mas quantidade de profissionais
não acompanhou/Divulgação
De acordo com o engenheiro, o número de máquinas pesadas vendidas no país é cada vez maior, mas a quantidade de profissionais para operar esses equipamentos não acompanhou esse crescimento. Isso gerou uma valorização da mão de obra e dos salários oferecidos aos operadores. Por outro lado, aumentou também o número de trabalhadores sem experiência prévia atuando no setor. “Cerca de 80% dos operadores que atuam no mercado hoje foram formados na prática, por meio de conhecimento passado de um para o outro”, destaca.
Aberta em meados do ano passado, em Belo Horizonte, a Operaction oferece seis diferentes cursos para operadores, voltados para quem vai atuar com retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas, pá carregadeiras, motoniveladoras e mini carregadeiras. Além disso, a empresa oferece um curso de gestão de frotas, voltado para os profissionais que comandam equipes de operadores. “Nesse curso, os profissionais aprendem sobre a produtividade dos equipamentos, além de noções básicas de consumo de diesel, vida útil das baterias e pneus”, explica.
O engenheiro explica que um operador que passou por um curso profissional trará muito mais benefícios para a empresa, pois conhece as potencialidade do equipamento. “O operador que foi treinado na prática pode subutilizar a máquina por não aplicá-la da maneira correta. Dessa forma, o empresário terá prejuízo na sua produtividade”, avalia. Outro problema advindo da falta de profissionalização dos operadores é o risco de estrago. Segundo Lacerda, a média de preço dessas máquinas é R$ 300 mil e um defeito pode gerar custos de até R$ 100 mil. “Há ainda a questão da segurança: são equipamentos muito pesados e qualquer tipo de acidente pode ser fatal”, alerta.
Além dos cursos de operação, a Operaction também disponibiliza um portal de notícias sobre o setor. “Nosso objetivo é ser um universo de informação para o operador, não só na formação, mas por meio de um portal que leve sobre dicas de operação, de aplicações de máquinas e novidades de lançamento”, diz.
Parceria – Com menos de um ano de criação, a empresa já formou mais de mil operadores por meio de uma parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA). Além disso, a Operaction atende prefeituras em todo o país, construtoras e tem parcerias com fabricantes de máquinas para o segmento agrícola e de construção civil. De acordo com Lacerda, a meta da empresa para este ano é conquistar novos clientes, chegando a dois mil operadores formados.
“Também queremos explorar o público de operadores que já estão no mercado, mas não têm certificado profissional. Vamos oferecer uma reciclagem por meio de um curso on-line e com algumas aulas práticas”, diz. O engenheiro também adianta que a Operaction investirá na criação de uma plataforma que vai unir empresas que precisam de mão de obra e operadores de acordo com sua especialização.
Publicado em 09/04/2014