2015: O ANO QUE NÃO CHEGOU

O QUE NOS ESPERA EM 2015

2015 começou e com ele uma grande parcela de desconfiança. Nossa economia vem demonstrando sinais de enfraquecimento desde o último ano. A ameaça da volta da inflação, crise na área energética, escândalos de corrupção são alguns temas que não nos permite olhar para frente e vislumbrar um futuro promissor. Pelo menos no futuro próximo.

O cenário de equipamentos será amplamente afetado pelo atual momento. A operação Lava Jato investiga as principais construtoras do nosso país, responsáveis pelas grandes obras de infraestrutura que tanto precisamos. Os primeiros impactos já são sentidos por muitos profissionais na área de construção, com demissões em massa em algumas destas empresas e máquinas sendo vendidas ou leiloadas em pequenos espaços de tempo. Para muitas empresas, fazer caixa e reduzir custos passou a ser a nova ordem. Questão de sobrevivência.

Todos estes movimentos indicam que a recessão chegará até a outra ponta da linha. Estou me referindo aos operadores de máquinas. O grande problema não está apenas na redução do ritmo das atuais obras. O medo toma conta, neste momento, dos novos empreendimentos. Nestes poucos meses após a copa do mundo ainda percebemos a necessidade de grandes obras de infraestrutura. Temos muitos projetos de melhoria em nossas rodovias, portos, aeroportos. Isto sem contar as obras de saneamento básico necessárias em várias partes do Brasil. Mas não vemos nenhum movimento para o início de novas frentes.

Para as empresas uma nova realidade nas negociações das obras públicas passará a vigorar. A cobrança será grande por parte da sociedade e dos órgãos de fiscalização (leia-se Polícia Federal, em particular). Isto significa preços mais enxutos, menores custos nas obras, menor desperdício de materias, combustível e energia. Além disto, a busca constante da máxima produtividade de pessoas e de máquinas.

Então é hora de trabalhar. Isto mesmo. É na crise que crescemos. Vamos aproveitar este tempo de entressafra na industria da construção e nos preparar melhor para o futuro. 

Ainda convivemos com uma discrepância absurda na formação profissional no nosso país. Não há como buscar qualquer tipo de competitividade produtiva sem qualificação. 

Há pouco mais de um ano iniciamos nossas atividades no segmento de formação técnica de operadores de máquinas pesadas. Fico assustado com o abismo de conhecimentos geral e técnico que ainda encontramos dentro das cabines de operação. E não é só dentro da cabine, fora também. Gestores sem preparação e sem conhecimentos específicos também contribuem para a baixa produtividade e elevados gastos nas obras e em todas as frentes de trabalho.

Paralelamente, o governo inicia, junto ao Ministério do Trabalho, uma fiscalização mais aguda nas atividades relacionadas à operação de equipamentos. Pautadas nas normas regulamentadoras, uma série de ações do ministério serão impostas aos proprietários de equipamentos. Isto impactará em multas e até restrições nos canteiros de obras ou pátios fechados.

Isto significa que não há mais espaço para profissionais sem qualificação no mercado. Não dá mais para dizer que os vários anos de experiência irão proporcionar um novo emprego. Não há como competir sem preparação, sem conhecimento.

A questão é, com medo ou não, precisamos andar para frente. A realidade muda com muita velocidade. Mais do que nunca precisamos nos preparar para enfrentar os difíceis desafios que já estão aí e os que ainda virão.

Nós estamos nos preparando. Prepare-se também.

Redigido por Marcus Lacerda

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